quarta-feira, 8 de setembro de 2010

'Dentre dores, rumores, amores, um pouco de você. Um pouco da sua alegria, que talvez tenha restado em mim. Enquanto tomo mais um copo de chá, a chuva cai lá fora. Uma chuva fina. Ela me fez lembrar de quando cortei meu dedo com uma folha de papel. Aquele papel com aquele escrito seu. Uma dor fina e molhada, feito essa chuva de agora. A cada gole, percebo que o tempo passou sem passar. O passou, me remete a outros sentimentos. Outras pessoas. O sem passar, a você, que mesmo com o passou, tudo parecendo ter ido, onde na verdade foi adormecido. É isso. Um amigo uma vez me disse a seguinte frase: “Te acalma, existem coisas que precisam ser adormecidas para que sejam acordadas no momento certo. Se não, a vida se encarrega de apagar de vez.” – Pois é. Depois de tanto tempo a sua alma não foi apagada da minha. O silêncio de agora, me tráz sons de flautas, de bumbo que é o meu próprio coração e o sangue correndo em meu corpo. Tudo é música. Até o cheiro é música agora. Esse cheiro de nada que o tempo às vezes deixa. Mas, que contradição... Está caindo uma chuva fina lá fora e aqui dentro, ao invés de ter cheiro de chuva, não tem cheiro de nada do tempo. Acreditem... É a mais pura verdade. É o cheiro da morte do tempo. Não a morte propriamente dita. Mas o cheiro de tempo perdido por escolhas que não foram as minhas. Não por completo, se é que existe o completo dessas escolhas. Agora deixo vir o que é de vir mesmo. Fico cá com a chuva e os sons do seu infinito que também é meu. Não há diferença, só igualdade. Hoje, talvez, nem saiba quem é... Mas você sabe que eu sei. Sei da parte que sou eu e da parte que é você. Somos uma grande parte de um futuro com cheiro de nada nesse exato momento – estou me confundindo. O que quis dizer com isso foi: - me procure em você, assim, se achará novamente. Ou foi o contrário? Talvez tenha sido ... “Isso”.'


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