segunda-feira, 23 de abril de 2012

'Eu pedi a Ogum, para retirar os meus vícios.
Ogum disse: Não!
Eles não são para eu tirar, mas para você desistir deles.
Eu pedi a Ogum , para fazer meu filho aleijado se tornar completo.
Ogum disse: Não!
Seu espírito é completo, seu corpo é apenas temporário
Eu pedi a Ogum para me dar paciência.
Ogum disse, Não...!
Paciência é um subproduto das tribulações; Ela não é dada, é aprendida.
Eu pedi a Ogum para me dar felicidade.
Ogum disse: Não!
Eu dou bênçãos; Felicidade depende de você.
Eu pedi a Ogum para me livrar da dor.
Ogum disse: Não!
Sofrer te leva para longe do mundo e te traz para perto de mim.
Eu pedi a Ogum para fazer meu espírito crescer.
Ogum disse: Não!
Você deve crescer em si próprio! Mas eu te podarei para que dês frutos.
Eu pedi a Ogum todas as coisas que me fariam apreciar a vida.
Ogum disse: Não!
Eu te darei a vida, para que você aprecie todas as coisas.
Eu pedi a Ogum para me ajudar a AMAR os outros, como Ele me ama.
Ogum disse: Ah, finalmente você entendeu a idéia.. Muita Luz!
Ogunhê.'

E viva Jorge, salve Jorge! 23 de Abril.


Como ele, devemos permanecer fortes e corajosos, independentes dos desafios que a vida nos traga. Assim, como Jorge, havemos de vencer.

quarta-feira, 18 de abril de 2012

O Tempo
A gente se deu tão bem
Que o tempo sentiu inveja
Ele ficou zangado e decidiu
Que era melhor ser mais veloz
E passar rápido pra mim
Parece que até jantei
Com toda a família e sei
Que seu avô gosta de discutir
E sua avó gosta de ouvir
Você dizer que vai fazer
O tempo engatinhar
Do jeito que eu sempre quis
Se não for devagar
Que ao menos seja eterno assim Espero o dia que vem
Pra ver se te vejo
E faço o tempo esperar como esperei
A eternidade se passar
Nos meus segundos sem você
Agora eu já nem sei
Se hoje foi anteontem
Eu me perdi lembrando o teu olhar
O meu futuro é esperar
Pelo presente de fazer
O tempo engatinhar
Do jeito que eu sempre quis
Distante é devagar
Perto passa bem depressa assim
Pra mim, pra mim

Se o tempo se abrir talvez
Entenda a razão de ser
De não querer sentar pra discutir
De fazer birra toda vez
Que peço ao tempo pra me ouvir
A gente se deu tão bem
Que o tempo sentiu inveja
Ele ficou zangado e decidiu
Que era melhor ser mais veloz
E passar rápido pra mim

Eu que nunca discuti o amor
Não vejo como me render
Ah! Será que o tempo tem tempo pra amar ou só me quer tão só?
E então, se tudo passa em branco eu vou pesar

A cor da minha angústia e no olhar
Saber que o tempo vai ter que esperar
O tempo engatinhar

Do jeito que eu sempre quis
Se não for devagar
Que ao menos seja eterno assim'
(Moveis Coloniais de Acaju)

terça-feira, 17 de abril de 2012

- Por José Saramago

[Um grande presente de minha mãe nessa noite]

                                                        A MAIOR FLOR DO MUNDO



- E se as histórias para crianças passassem a ser de leitura obrigatória para os adultos?
- Seriam eles capazes de aprender realmente o que há tanto tempo têm andado a ensinar?

[José Saramago]

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Não foi desejo. Nem vontade, nem curiosidade, nem nada disso. Foi um choque elétrico meio que de surpresa, desses que te deixa com o corpo arrepiado, coração batendo acelerado e cabelo em pé . Foi sentimento . Não foi planejado, nem premeditado. Foi só um querer estar perto e cuidar [...] A vontade e o desejo vieram depois, bem depois. Não foi um lance de corpo, foi um lance de alma. Não foram os olhos, nem os sorrisos, nem o jeito de andar ou de se vestir, foram as palavras. Uma saudade e uma urgência daquilo que nunca se teve, mas era como se já tivesse tido antes. Foi amor. É amor. 

Caio F. Abreu

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Um rascunho

Noites em sakubivaki
Te amar até mais tarde, te emprestar meu anorak
Lamber os dedos de chocolate
Chegar perto de realizar
Descobrir o valor do quase
Se dar ao luxo de se emocionar
Por qualquer bobagem
Adormecer na sala
Você me levar pra cama
Colecionar os seus bilhetes
Te enviar um telegrama
Te buscar no aeroporto
Você deixar cair as malas, pra abraçar o meu corpo
Te beijar enquanto fala.
E eu parar o meu carro,
na cabeceira da lua
roubar de um pé uma flor, e faze-la, ficar sendo sua
Prolongar a viagem, prestar atenção na paisagem
te dar comida na boca
esbanjando paixão muito louca
Me mal acostumar demais
ao bem que você me faz
Reler um glossário,
anotar as datas, ter um diário
Adormecer na sala
Você me levar pra cama
Colecionar os seus bilhetes
Perguntar se ainda me ama
Te buscar no aeroporto
Você deixar cair as malas, pra abraçar o meu corpo
Te beijar enquanto fala.
E eu parar o meu carro,
na cabeceira da lua
roubar de um pé uma flor, e faze-la, ficar sendo sua
Prolongar a viagem, prestar atenção na paisagem
te dar comida na boca
esbanjando paixão muito louca
Me mal acostumar demais
ao amor que a gente faz
Reler um glossário,
anotar as datas, ter um diário
Ter um diário, anotar as datas, reler o glossário.
De repente ter vergonha,
não ter muita certeza,
nunca mais conseguir fazer igual,
pra poder virar proeza, acho que só.

(Helena Elis)

quinta-feira, 12 de abril de 2012

sexta-feira, 6 de abril de 2012

"Veio sem manual, essa porra! Eu fico revirando a vida de ponta-cabeça pra ver se entendo seu funcionamento, mas ela parece um cubo mágico cheio de faces ocultas que escapam à compreensão e ultrapassam a minha capacidade de sentir as coisas. E os dias não param de acontecer! Na falta do guia de instruções, eu vou tentando encaixar as peças conforme tamanho e cor…querendo dar alguma utilidade ao meu raciocínio lógico: “Se eu  for por aqui, vai dar ali! Se eu tentar isso, vai dar naquilo e vou sair acolá”. Conjecturas balzaquianas? Sartrianas talvez! Preciso chegar, mas me faltam mapas, placas, setas indicativas! A vida é uma ilha que se desloca bem debaixo dos nossos pés! Quando ela se movimenta bruscamente, eu caio na água! Tchibum!! Se tem uma coisa que nunca me faltou foi coragem pra sobreviver! Então, me reviro de ponta-cabeça, entendo meu funcionamento e considero minhas opções: posso me afogar ranzinzando a falta da porra do manual ou bater pernas e nadar para alcançar alguma nova margem brevemente romanceada no tempo e no espaço dos dias que não param de acontecer."
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